domingo, 29 de março de 2009

Meu nome de Maria

Meu primeiro nome foi um: — Ah! uma menina... quem sabe o próximo? Desconsolo deixado no berço, forçou-me entrar na vida. Tempo não leva em conta desejos paterno-maternais. Meu primeiro segundo nome foi o da avó. Forte, instigante, diferente diria. E pela herança, encrenqueiro. O nome? Determinação em ser determinada. O primeiro primeiro nome é mais que bíblico. Da avó Madalena, dadivosa, múltipla em amores fáceis, jamais arrependida, herdei esse predicado – o de ser maria, com esse guardado madalena. A carga do nome, dizia a avó, levo eu, mas carregue consigo ser sempre neta de madalena. O som primeiro não foi choro como é o geral das crianças. Um silêncio apenas. E sem vagidos e nomes importantes, e porque minha madrinha não rezou em meu batizado, criei-me na vida maria somente, maria que mente. Porque madalenas são, bolinhos, penas e falhas. Madalena é a avó e de lamentosa Maria Madalena, a avó jamais me deixaria ser. Por isso sou Maria, por isso dou nome às coisas. Na verdade... madalenas são... arrependidas marias.
Maria Odila

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