domingo, 29 de março de 2009

Adeus

E me disse adeus, tremular ligeiro nos dedos.
Aqueles que a cada beijo apertavam os braços, tatuavam a pele, desciam as costas e se perdiam abaixo.
- Vou.
Olhei, hesitei.
Se chorasse, faria um desastre.
Pouco pensei, fiz de mim um instantâneo e vi seu sinal.
E como meu homem, seus olhos me chamaram.
Não fui.
Na meia volta de mim, suspirei e fitei. Para meu colo, para baixo de mim, para longe de nós. Dedos de aceno, prolongamento enfim, penderam do ar.
Era destino, era adeus.
Passeando a forma do aceno à boca, o sentir do cheiro e do roçar, roucos dedos da despedida final. Somente espanto, dum imperplexo ciao...
E sem a espera de novas voltas, olhou-nos, olhou a mim e disse:
— Me vou... Talvez.
E foi-se, ocasional...
Maria Odila

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