quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Botão

Ele disse: você é rainha.
E ela pensou - que coisa mais comum.
Ele disse: você é minha.
E ela pensou - será verdade?
Ele suspirou e gemeu.
Ela gozou.
Nus na cama, sons de lua, perfumes da paixão.
Assim acabo gostando dele, cisma ela.
— Sabe o que amo em você? As coxas roliças, os seios que tu me dás, ele lhe disse como resposta à pergunta não feita.
Dengosa, nem pensou em responder. Arrancou o botão da fronha, torto e meio quebrado e lhe disse:
— Tome.
Ele, todo desejo, olhou, revirou. Franziu o cenho.
— Um botão?
Venha, venha e ela apontou.
Ele entendeu. Coseu, pregou, murmurou... seu botão?
E ela, charmosa, se abriu.
Maria Odila

3 comentários:

  1. Uma vez ví a névoa
    volátil,
    Vi desejo
    Vida
    Cheiro
    Sussurro
    Volúpia
    Suspiro
    Magia
    Energia
    Vital
    Dengo
    Encanto
    Vitória


    Vi nada....era pura miragem....engano completo...não vi nada disso...era apenas a Odila dançando nos meus sonhos....êta mulher danada de gostosa!
    Hermann

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  2. Pensei que nunca mais iria saber de você. Pior: que jamais voltaria a te ler. E eis-me aqui. Vim pelos atalhos da Ariane. E, sabe?, vi que ter persistido compensou. Que bom te ler, querida amiga... feliz por te reencontrar...

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  3. Ninguém escreve com esta força, Maria. As tuas letras são a natureza. Que bom ter-te reencontrado.

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